29 de abril de 2008

e eis o regresso à realidade...

O mês de Abril foi surpreendentemente animado, à custa destas duas viagens (Milão/Veneza, Paris)! Numa primeira fase, Milão e Veneza serviram para abrir os olhos para uma realidade alternativa, onde o factor imprevisto e a inexistência de planos permitiram contemplar o lado bom da vida. Foi inesquecível o fim de semana em Veneza, pela paisagem, pelas pessoas (Tomazzo, Maximo e Victoria obrigado pela noite de jazz), pelos negronnes e pelos spritz, pelo património e pelo próprio espírito de aventura. Como foi bom perder-me pelas estreitas ruas de Veneza, sem mapa, sem horas, sem preocupações, sem compromissos... Tentei abafar o ruído que percorre a minha mente. Um ruído com um nome e uma cara, que tentei apagar a olhar para o mar adriático, perdendo-me entre uma fotografia e mais aquele cigarro, procurando um novo horizonte que me parece cada vez mais vital.
Do organicismo de uma cidade como Veneza, onde o meu porto de abrigo era a casa da Ira na Corte Delfina, junto à Via Garibaldi, recordo-me da chuva de Milão, da sua majestosa catedral e da Piazza del Duomo e da sua urbanidade cinzenta e estruturada.

Curiosamente e depois do regresso de Itália, temperado pelas notas soltas do último álbum de Feist (que me fizeram equacionar o desistir de tudo e ficar em Veneza a ver a vida a passar), vejo-me novamente num avião com destino a Paris por motivos profissionais (que chato, não?).
Um encontro internacional da empresa para a qual trabalho, tão desinteressante como as 40h semanais que sou obrigado a cumprir...Valeu pelas pessoas que conheci, em igual situação à minha, bem como pela experiência surreal de ter ficado num hotel cujo o tema era o "Faroeste". Decididamente o melhor foi o jantar no quiosque em frente à torre Eiffel, bem como os loopings e voltas de pernas para o ar no Space Mountain da Disneyland! Tinha que matar tempo e não consegui resistir...fraco!

Procuro algo fora da minha própria realidade e entendo que estes hiatos à margem da nossa rotina quotidiana, permitem-nos albergar todo o oxigénio que necessitamos para continuarmos a enfrentar esta dura realidade em que nos movimentamos.
Continuo à espera portanto...

2 de abril de 2008

non c'e niente di piu' indispensabile del superfluo

Roma | dez 2004

Ando a fazer planos para ir a Itália, mais concretamente Milão. Os fundos para a viagem estão limitados, pelo que se não conseguir arranjar sítio onde pernoitar...a brincadeira vai sair cara!
Para piorar a situação (ou não), uma amiga de longa data ofereceu-me a casa dela em Veneza... o que implica gastar mais uns euros para ir para lá (ela está em Nápoles), mas põe a casa à disposição, porque não?
Confesso que a ideia de acordar no meu dia de anos em Veneza, se assume como demasiado interessante, para que eu a possa descartar. Além disso, já andei a fazer alguma pesquisa dos locais que quero ir ver em Milão e a Pinacoteca Ambrosiana, com o seu espólio de pintura italiana, deixa-me cada vez mais decidido a embarcar nesta aventura...
Como se não fosse suficiente o portfolio da Deos está quase pronto, agora com uma fantástica tradução em inglês e a ideia seria tentar ver um pouco do que se passa por lá.
Ideias, planos e pouco dinheiro!! Enfim...nada de novo portanto!