16 de janeiro de 2013

entre tanto estamos em 2013

pois é, tenho andado arredado deste blog desde o ano passado (piada fácil eu sei).
agora que me vejo sem trabalho, com o carro avariado (querido esperto, foi bom enquanto durou) e com um tempo que ora chove, ora chove ainda mais, tenho optado por me resguardar em casa, fazendo do pijama o meu novo melhor amigo.
tudo isto é relativo quando estamos em plena luta com um cancro. acho que finalmente o consigo dizer, estou a lutar contra o dito. a quimioterapia já lá vai e apercebo-me agora do farrapo em que andava, fisicamente falando. de dia para dia sinto-me melhor, respiro melhor, praticamente sem dores e até já recuperei uma agradável cor na minha cara. não tinha noção do amarelo que estava e da profundidade das minhas olheiras. no final deste mês, passo a visitar diariamente o ipo do porto, para 30 sessões de radioterapia, que prometem terminar com a raça do adenocarcinoma que me levou grande parte do pulmão direito em setembro passado.
comecei a fazer exercício físico, ainda em forma de caminhadas, ontem consegui fazer 6kms junto ao mar, onde habitualmente corria, em pouco mais de 1h. nada mau, tendo em conta que cheguei ao fim com uma respiração não muito arrastada e com uma pulsação cardíaca que rapidamente voltou ao seu estado normal. talvez daqui a duas semanas arrisque uma breve corrida, tenho de continuar a treinar o físico para a chegada desse inevitável dia. claro está, que hoje sinto as pernas doridas do esforço, mas temos de começar por algum lado.
tenho concentrado todas as minhas energias neste assunto, não me dispersando com a falta de trabalho, a falta de qualquer tipo de apoio financeiro ou com a falta de dinheiro no banco. trabalho única e exclusivamente para colocar este assunto no meu passado, para que possa reiniciar a minha vida na primavera. até lá, não vou protestar por estar fechado em casa, por não saber muito bem como ocupar os dias, por não me apetecer fazer nada a maioria do tempo, nem muito menos por finalmente ter todo o tempo do mundo para dormir...

é preciso pois bater no fundo para vir à tona.


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