30 de agosto de 2010

o exercício

© Diogo Pimentao
Empli, 2010 performance, paper and graphite - 200 x 200 cm

O terror de uma página em branco. O cliché materializado numa ideia oposta ao motivo do acto de escrever. Assim se despoleta vontade de pensamento, talvez criativo, talvez meramente mecânico, do ponto de vista da experiência por si só, mas também da sua natureza enquanto objecto, vivência e processo.
Aparentemente temos já definida, a designada introdução, que encabeça qualquer texto/exercício do acto da escrita. Ainda o tema da folha em branco e respectivo terror do utilizador, perante a emergência do desenvolvimento de uma relação de afectividade, que se tornará dopante (sempre que os acasos da vida assim os provoquem); recorrendo às regras, do exercício em causa, pretende-se o desenvolvimento de algumas ideias, conceitos, palavras e demais temáticas, que nos conduzam a um determinado ponto do raciocínio. Torna-se claramente evidente a necessidade de discorrer sobre o ponto focado, no exercício de reflexão intelectual, associado à própria lógica deste mesmo processo criativo – o exercício.
O ponto da reflexão, exposta no acto da escrita, poderá tomar diferentes formas de ser (existir), consoante o objectivo de quem na efectividade do momento, se dedica à sua comprovação (ou não), sendo este o objectivo primário do exercício. A intersecção de todas as ideias lançadas pela escrita, define um ponto de entendimento, dentro de todo o percurso de raciocínio, o transcrito para o exercício e todo aquele arrumado no nosso pensamento. Esse ponto de entendimento do nosso próprio intelecto varia na sua posição e centralidade, consoante a filtragem, ou focagem daquela determinada e específica área de entendimento.
Por vezes, essa mesma área será difusa o suficiente para que mal se a consiga encontrar verdadeiramente – um género de onde tendencialmente se extraem os génios do acto da escrita -, podendo ser igualmente linear e definida e consoante o contexto, assumidamente técnica e/ou meramente funcional.
Usando uma fórmula repetida, mais um cliché naturalmente, em jeito de conclusão será claramente comprovar, resumir e reafirmar a validade, de todo o processo explanado durante o exercício. O cumprimento de uma necessidade, mediante um posicionamento emotivo, perante o confronto com uma página em branco.

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